Doenças de pele na infância
A pele é o maior órgão do nosso corpo e uma das principais defesas do nosso organismo contra muitos fatores externos que podem ser prejudiciais a nossa saúde e causar doenças, como a ação de microrganismos, radiação solar e até as variações bruscas de temperatura.
A realidade é que as doenças de pele são comuns em pessoas de todas as idades, inclusive em crianças. Ter conhecimento sobre os diferentes problemas de pele que podem afetar os pequenos é uma maneira eficaz para saber identificá-los e tratá-los precocemente.
É importante ressaltar que a melhor proteção sempre será a prevenção. Por isso vamos falar também sobre alguns bons hábitos que podem ajudar a proteger a integridade da pele para que ela possa exercer sua melhor função que é a proteção, especialmente em se tratando das crianças.
Doenças de pele na infância: quais as mais comuns?
As crianças estão mais suscetíveis a diferentes tipos de doença de pele. Neste texto, abordaremos algumas das doenças de pele mais frequentes nessa faixa etária, dar algumas dicas de prevenção e como amenizar os sintomas
Dermatite de fraldas
Muito comum em bebês, popularmente é conhecida como assadura. Vale ressaltar que não se trata de uma alergia à fralda. O que ocorre é uma irritação, que ocorre em função do contato direto de fezes e urina com a pele. Normalmente o local atingido fica mais avermelhado, o que mostra que há irritação e pode causar dor, choro persistente e até alterar o padrão de sono da criança.
Algumas dicas simples que podem ser adotadas no dia a dia podem ajudar a evitar todo esse desconforto:
– troque as fraldas várias vezes ao dia, de preferência com um intervalo máximo de 3 horas;
– durante a limpeza, faça movimentos suaves evitando friccionar muito a pele;
– utilize cremes de barreira a cada troca de fraldas;
Se ainda assim a dermatite permanecer, um dermatologista deverá ser consultado para avaliar se existe algum fator agravante, como, por exemplo, a presença de fungos que é frequente ocorrer associação. Ele também poderá indicar o uso de medicamentos específicos para aliviar os sintomas.
Miliária
Popularmente conhecida como brotoeja, é uma doença relacionada com as glândulas sudoríparas. Nos meses mais quentes, a tendência do bebê é suar mais, o que pode causar a obstrução das glândulas sudoríparas impedindo a liberação do suor . E é justamente isso que caracteriza a brotoeja, isto é, pequenas bolhas de água, conhecidas como vesículas, especialmente no tórax, pescoço e regiões de dobras da pele. Aqui também vão algumas dicas podem ser adotadas para evitar a brotoeja
– banhos refrescantes com água morna e sabão adequados para a pele da criança.
– evitar vestir o bebê com roupinhas em excesso;
Dermatite atópica
Doença extremamente comum na infância, sendo que a predisposição é ainda maior se a criança já apresenta algum tipo de alergia — rinite, asma — ou que os pais tenham histórico parecido. Frequentemente a lesão surge em regiões mais secas da pele, como dobras do joelho e cotovelos causando bastante coceira e inflamação.
Também nessa situação, medidas simples podem ser adotadas para aliviar os sintomas como:
– banhos mais rápidos e com água morna;
– uso de sabonete líquido hidratante, como os de tecnologia syndet;
– optar por roupas de algodão;
– hidratar bem a pele; usar hidratantes sem fragrância, adequados para dermatite atópica. Cremes com uréia não devem ser usados.
– cortar bem as unhas, diminuindo a chance de irritação da pele e o risco de ferimentos por causa da coceira.
Aqui também vale dizer que, em caso de persistência dos sintomas, o dermatologista deverá ser consultado para avaliação e indicação do melhor tratamento.
Molusco contagioso
É uma doença viral e contagiosa que ocorre principalmente na infância. A lesão se mostra como uma pequena pápula perolada, ou seja, uma elavaçãozinha com aspecto brilhante. Frequentemente, observa-se um pequeno buraquinho no centro, conhecido como umbilicação e não coça. Porém, existe o problema da autoinoculação, pois mesmo que não cause coceira, qualquer mexidinha da criança no local pode fazer com que o vírus se alastre ao redor. Então, o tratamento deve ser feito por um médico especialista para interromper o ciclo de transmissão.
Micoses superficiais
São fungos que colonizam a superfície da pele. O detalhe é que estes fungos se alimentam de queratina. Então, na medida que vão se alimentando, a queratina da região vai se esgotando, o que provoca a expansão do tamanho da lesão para que os fungos possam continuar o ciclo de sobrevivência.
Alguns exemplos da micose superficial, que é a tínea corporis, se apresenta com uma placa avermelhada e descamativa, que solta uma “pelinha” como se fosse uma escama e pode se manifestar em qualquer região do corpo. Já a tínea capitis ocorre no couro cabeludo e apresenta descamação e a perda de cabelo na área da lesão. Isso ocorre porque o fungo deixa o cabelo bem curtinho. Porém com o tratamento adequado, o cabelo da criança tende a crescer novamente.
Assim como as demais doenças de pele que falamos aqui, a tínea corporis ou a tínea capitis, precisam da avaliação especializada de um dermatologista. O tratamento requer o uso de antifúngico que, dependendo do caso, pode ser de uso apenas no local da lesão ou pode ser sistêmico.
De acordo com a dra. Amanda Hertz, médica especialista em dermatologia pediátrica e parceira da DermatoVirtual, Hub digital de saúde e cuidados com a pele. “Em se tratando da pele delicada da criança, a correta avaliação do problema e a prescrição adequada são fundamentais para o sucesso do tratamento”.